segunda-feira, 17 de março de 2014

Caratê - História do Caratê

Do japonês, "mão vazia", arte marcial de autodefesa de origem japonesa na qual, a partir de posições de equilíbrio, se dirigem socos ou chutes ao adversário, acompanhados de respiração controlada e gritos especiais. Mais do que um método de combate, o caratê enfatiza a autodisciplina, a atitude positiva e os propósitos de elevada moral. É ensinado profissionalmente, em diferentes níveis e com diversos nomes asiáticos, como habilitação para a autodefesa, esporte competitivo ou como exercício de estilo livre.
Estes alunos, vestidos com a indumentária tradicional gi, praticam o caratê não só como método de defesa pessoal, mas também como forma de exercício, esporte de competição e disciplina mental.

domingo, 16 de março de 2014

Literatura Japonesa - História da Literatura Japonesa

O termo inclui obras escritas por japoneses nas línguas japonesa e chinesa. O presente artigo se ocupa principalmente das obras em língua japonesa. 

A literatura japonesa desenvolveu-se nos períodos Yamato, Heian, Kamakura-Muromachi, Edo e moderno, denominados assim de acordo com a sede do principal centro administrativo japonês da época. 

Período Yamato (de épocas arcaicas até o final do século VIII d.C.) 

Ainda que não existisse literatura escrita, foram compostas um número considerável de baladas, orações rituais, mitos e lendas que, posteriormente, foram reunidas por escrito e incluem-se na Kogiki (Relação de questões antigas, 712) e a Nippon ki (Livro de História do Japão antigo, 720), primeiras histórias do Japão que explicam a origem do povo, a formação do Estado e a essência da política nacional. A lírica surgida das primitivas baladas incluídas nestas obras estão compiladas na primeira grande antologia japonesa, a Maniosiu (Antología de inumeráveis folhas), realizada por Otomo no Yakamochi depois de 759 e cujo poeta mais importante é Kakimoto Hitomaro. 
Período Heian (final do século VIII até o final do século XII) 
3. PERÍODO HEIAN (FINAL DO SÉCULO VIII ATÉ FINAL DO SÉCULO XII) 
A Kokin-siu (Antologia de poesia antiga e moderna, 905) foi reunida pelo poeta Ki Tsurayuki que, no prefácio, proporcionou a base para a poética japonesa. Ki Tsurayuki é também conhecido como autor de um nikki, primeiro exemplo de um importante gênero literário japonês: o diário. 

Escrito pela japonesa Murasaki Shikibu no século XI, é considerada a obra capital da literatura japonesa e o primeiro romance propriamente dito da história. Nesta cena do capítulo Asagao, o príncipe Genji acaba de regressar de uma frustrante visita ao palácio de sua amante, a princesa da Glória Matutina. Enquanto conversa sobre suas outras amantes com sua esposa favorita, Murasaki, contempla como suas criadas jogam na neve. O romance está repleto de ricos retratos da refinada cultura do Japão do período heian, que se mesclam com agudas visões da fugacidade do mundo. 

A literatura do começo do século X aparece em forma de contos de fadas, como O conto do cortador de bambú, ou de poemas-contos, entre eles, Ise monogatari (Contos de Ise, c. 980). As principais obras da literatura de Heian são Genji monogatari (Contos ou História de Genji, c. 1010) de Murasaki Shikibu, primeiro importante romance da literatura mundial, e Makura-no-soshi (O livro travesseiro) de Sei Shonagon. 

Período Kamakura-Muromachi (final do século XII até o século XVI) 

A primeira de várias antologias imperiais de poesia foi a Shin kokin-siu (Nova coleção de poemas antigos e modernos, 1205) resumida por Fujiwara Teika. A obra em prosa mais famosa do período, os Heike monogatari (Contos do clã Taira, c. 1220), foi escrita por um autor anônimo. Destacam-se A cabana de três metros quadrados (1212) do monge Abutsu, e Ensaio em ócio (1340) de Kenko Yoshida. O tipo de narrativa mais importante desta época foram os "otogizoshi", coleção de relatos de autores desconhecidos. 

O desenvolvimento poético fundamental do período posterior ao século XIV foi a criação do renga, versos unidos escritos em estrofes repetidos por três ou mais poetas. Os maiores mestres desta arte, Sogi, Shohaku e Socho, escreveram, juntos, o famoso Minase sangin (Três poetas em Minase) em 1488. 
Período Edo (século XVII-1868) 
Neste período de paz e riqueza surgiu uma prosa obscena e mundana de um caráter radicalmente diferente ao da literatura do período precedente. A figura mais importante do período foi Ihara Saikaku, cuja prosa em O homem que passou a vida fazendo amor (1682) foi muito imitada. No século XIX foi famoso Jippensha Ikku (c. 1765-1831), autor da obra picaresca Hizakurige (1802-1822). 

O haicai, um verso de 17 sílabas que reflete a influência do zen, foi aperfeiçoado neste período. Três poetas destacam-se por seus haikais: o monge mendicante zen Basho, considerado o maior dos poetas japoneses por sua sensibilidade e profundidade; Yosa Buson, cujos haikus expressão sua experiência como pintor, e Kobayashi Issa. A poesia cômica, numa diversidade de formas, influenciou também este período. 

Período Moderno (1868 até a atualidade) 

Durante o período moderno os escritores japoneses foram influenciados por outras literaturas, principalmente as ocidentais. 

No século XIX destacam-se os romances de Kanagaki Robunis, Tokai Sanshi, Tsubuochi Shoyo e Futabei Shimei. Ozaki Koyo, fundador da Kenyusha (Sociedade dos amigos do nanquim), incorporou técnicas ocidentais e influenciou-se em Higuchi Ichiyo. 

No século XX surge o naturalismo, cuja figura principal é Shimazaki Toson. Mori Ogai e Natsume Soseki se mantiveram afastados da tradição francesa dominante. Destacam-se também o autor de relatos Akutagawa Ryunosuke, Yasunari Kawabata (Prêmio Nobel em 1968), Junichiro Tanizaki, Yukio Mishima, Abe Kobo e Kenzaburo Oé (Prêmio Nobel em 1994). 

Do final do século XIX aos nossos dias existe um forte movimento a favor da poesia ao estilo ocidental. Dentro deste gênero, surgiram excelentes poetas. Entre eles, Masaoka Shiki. 

Teatro Japonês 

Teatro escrito e interpretado no Japão desde o século VII d.C. Sua evolução deu lugar a uma ampla variedade de gêneros, caracterizados em geral pela profusão de elementos dramáticos, musicais e coreográficos, e regidos até bem pouco tempo por normas bastante rígidas. 

As danças do teatro gigaku, introduzido no Japão no ano 612 d.C. a partir da China, eram aparentemente de caráter cômico. No século VIII foram substituídas pelo bugaku, espetáculo importado da China, cujas danças apresentavam situações simples, mas que adquiriram um caráter ritual. 

O sangaku, espetáculo de tipo acrobático (funambulismo, malabarismo e engoliçar de espadas) tornou-se popular no século VIII. 

No século XIV surgiu o gênero do Teatro nô, e em fins do século XV o teatro de títeres, jôruri, também chamado bunraku. O grande dramaturgo japonês Chikamatsu Monzaemon foi um dos grandes escritores deste gênero. 

A partir do século XVIII, o kabuki se tornou o gênero de teatro tradicional de maior popularidade. Mais próximo de um espetáculo que do teatro em si, seus textos originais têm importância menor que a interpretação, a música, a dança e as cores brilhantes do cenário. 

Atualmente os dramaturgos vêm abordando o conflito entre a sociedade moderna e a tradicional. Yukio Mishima obteve grande êxito com Cinco peças modernas do teatro nô (1956), em que apresentou uma versão modernizada de temas tradicionais. O grou do crepúsculo (1949), de Kinoshita Jungi, também tem por base antigos contos populares.

sábado, 15 de março de 2014

Língua Japonesa - História da Língua Japonesa

Língua aglutinante falada por mais de 120 milhões de pessoas que vivem no Japão, 200 mil no Havaí, 200 mil nos Estados Unidos e quase 400 mil no Brasil. 

Não há relação entre o japonês e outras línguas. Só existem semelhanças no léxico com as línguas do leste da Ásia, como as tibetano-birmanas e as austro-asiáticas. 

Do século VIII em diante, apenas os caracteres da língua chinesa passaram a ser utilizados como sinais fonéticos — cada signo representava uma sílaba. Um século depois, esses caracteres foram abreviados e deram lugar à aparição de dois silabários japoneses ou kana ("sinal que representa uma sílaba"): o katakana e o hiragana. Depois da II Guerra Mundial, o número de caracteres caiu para 1.850, subindo em seguida para 2.000, num significativo processo de simplificação da língua escrita.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Arte e Arquitetura Japonesa - História da Arte e Arquitetura Japonesa

Introdução 

Todas as obras de arte realizadas no Japão desde o assentamento dos primeiros habitantes, por volta do X milênio a.C., até a atualidade.
Otani Oniji como Eitoku é uma das numerosas gravações feitas em madeira por Toshusai Sharaku entre 1794 e 1795, durante o período Edo. Representa um ator de kabuki pintado no estilo Ukiyo-e (mundo flutuante). As gravações em madeira alcançaram seu ponto máximo na arte japonesa nos séculos XVIII e XIX.

Historicamente, o Japão esteve sujeito a súbitas invasões de idéias novas procedentes do estrangeiro, seguidas por longos períodos de contato mínimo com o mundo exterior. Ao longo do tempo, os japoneses tem desenvolvido a habilidade de absorver, imitar e acabar por assumir os elementos da cultura estrangeira que serviam para complementar suas preferências estéticas. As manifestações artísticas mais antigas que se desenvolveram no Japão datam dos séculos VII e VIII e estão relacionadas com o budismo.
O Byodo-in, templo budista Amida de Uji, próximo a Kioto, foi concluído no ano de 1053. Nele, destaca-se o Ho-o-do (Salão da Fênix), que contém uma grande figura de Amida dourada em madeira, feita pelo escultor Jocho. O Ho-o-do foi, a princípio, uma casa de campo aristocrática. Em 1053, quando foi construído o resto do edifício, transformou-se em monastério.

No século IX, o Japão começou a abandonar a influência chinesa e a desenvolver formas de expressão próprias; de forma gradual, foi ganhando importância a arte profana, que continuou florescendo, junto à religiosa, até ò fim do século XV. Em conseqüência da Guerra Onin (1467-1477), o país entrou num período de desorganização política, social e econômica, que se prolongou durante quase um século. Sob o mandato da dinastia Tokugawa (ou Edo, 1603-1867), diminuiu o protagonismo da religião na vida diária e as artes que sobreviveram foram basicamente as profanas.
Seáhu, artista e sacerdote zen-budista, foi um dos artistas mais importantes do período Muromachi (1339-1573). No século XV, pintou Falcões e garças, em que se observa a influência chinesa do estilo monocromático. Suas delicadas composições paisagísticas e sua pincelada espontânea refletem o domínio de Seáhu do estilo chinês Ma-Xia. 

O pincel é o meio de expressão artística preferido dos japoneses, que praticam a pintura e a caligrafia tanto no plano profissional, quanto também como passatempo. Até os tempos modernos, sempre se utilizava o pincel, e não a pluma, para escrever. Para os artistas, a escultura era um meio de expressão muito menos eficaz; a maior parte dela está relacionada com a religião e sua importância diminuiu com a decadência do budismo tradicional. Já a cerâmica japonesa é uma das mais belas do mundo e a esta modalidade artística pertencem muitos dos objetos japoneses mais antigos que se conhecem. Quanto à arquitetura, revela claramente as preferências japonesas pelos materiais naturais, assim como a interação do espaço interior com o exterior.

A principal característica da arte japonesa é sua polaridade. Por exemplo, na cerâmica dos períodos pré-históricos, a excessividade deu lugar a uma arte disciplinada e refinada. Da mesma maneira, há duas estruturas do século XVI, radicalmente distintas: o palácio de Katsura, perto de Kyoto, é uma mostra da simplicidade das linhas, nas quais se destacam as madeiras naturais e a integração com os jardins circundantes, com o que sua beleza foi conseguida quase por acaso; em contraste, o templo-santuário mausoléu de Toshogu, no monte Nikko, é uma estrutura rigidamente simétrica, com relevos coloridos que cobrem toda a superfície visível.

A arte japonesa valoriza-se não só por sua simplicidade, mas também pela exuberância de seu colorido, e tem exercido uma considerável influência sobre a pintura e a arquitetura ocidentais dos séculos XIX e XX, respectivamente.

Arte Jomon e Yayoi

A primeira civilização importante foi a dos jomon (c. 7000-250 a.C.), fabricavam pequenas figuras de argila, chamadas dogu, e vasilhas decoradas com motivos parecidos com uma corda, que deram origem a seu nome. Os jarros jomon, que costumam ter complicadas formas flamíferas, são as mais antigas peças de cerâmica conhecidas do mundo.

A onda de imigrantes que se seguiu foi a dos yayoi. Chegaram ao Japão no ano 350 a.C., levando seus conhecimentos em matéria de cultivo do arroz mediante a rega e suas técnicas em metais para a fabricação de armas de cobre (doboko) e campainhas de bronze (dotaku) e de objetos de cerâmica com o torno e o cozimento no forno.

Arte Kofun ou dos Grandes Túmulos

A terceira etapa da pré-história japonesa é o período Kofun ou dos grandes túmulos (c. 250 a.C.-552 de nossa era), por ser de imponentes estruturas com um enorme volume. O maior de todos, a tumba de Nintoku, tem uns 460 m de largura e mais de 30 m de altura.

Arte Asuka e Naka

Durante os períodos Asuka e Nara, produziu-se no Japão a primeira influência importante da cultura procedente do continente asiático. A introdução do budismo no ano 552 ou 558, vindo da Coréia, proporcionou um empurrão inicial para os contatos entre Coréia, China e Japão. Os japoneses, então, aprenderam que também a cultura chinesa tinha muitas facetas que podiam ser incorporadas à deles de forma proveitosa, como um sistema para expressar as idéias e os sons por meio de símbolos escritos, a historiografia, as complexas teorias de governo, uma burocracia efetiva e, o mais importante para a arte, uma avançada tecnologia na área da construção, os métodos avançados de fundir o bronze e as novas técnicas e materiais de pintura.

As primeiras construções budistas, que ainda se conservam no Japão — e que são os edifícios de madeira mais antigos do Extremo Oriente — encontram-se no templo de Horyuji, um complexo religioso a sudoeste de Nara.

Arte Heian

O período Heian abrange de 794 a 1185, ano em que terminou a Guerra Civil Gempei. A partir de então, o período se divide em Heian primitivo e Heian posterior. Como reação ante aos crescentes poder e riqueza do budismo organizado em Nara, o sacerdote Kukai (denominado postumamente Kobo Daishi) viajou à China para estudar o Xingon, uma variedade mais rigorosa de budismo, que introduziu no Japão em 806. A base do culto Xingon são os mandala, ou diagramas do universo espiritual; o kongokai, ou mapa dos inumeráveis mundos do budismo; e o taizokai, ou representação pictórica dos reinos do universo budista.

Os templos dessa nova seita foram erigidos nas montanhas, longe da corte e da capital mundana. O templo que melhor refletia o espírito dos santuários xingon do Heian primitivo é o Murö-ji (do início do século IX), escondido num bosque de ciprestes numa montanha a sudeste de Nara.

Arte Fujiwara

No período Fujiwara, propagou a seita da Terra Pura, que oferecia salvação fácil por meio da fé em Amida (o Buda do Paraíso ocidental). Não se necessitava nada mais: nem templos, nem monastérios, nem rituais, nem clero.

O exemplo mais característico da era Fujiwara é o Ho-o-do (Salão da Fênix, terminado em 1053) do templo Byodoin, em Uji, a sudeste de Kioto.

Durante o último século do período Heian, começaram a se destacar também os emaki, rolos horizontais que narravam histórias ilustradas. Um dos exemplos mais importantes da pintura japonesa são as ilustrações da História de Genjii, feitas em 1130 para um conto, do ano 1000, da escritora Murasaki Shikibu.

Arte Kamakura 

Em 1180 a Guerra Civil Gempei estourou entre dois clãs militares, os Taira e os Minamoto. Cinco anos mais tarde, Minamoto no Yorimoto, à frente de sua facção, conseguia a vitória e estabelecia seu governo no povoado costeiro de Kamakura, onde permaneceu até 1333. Com a passagem do poder da nobreza para a classe guerreira, a arte era destinada a um público novo: soldados, homens dedicados aos ofícios e técnicas relacionados com a guerra, sacerdotes encarregados de difundir o budismo entre os plebeus iletrados e, por fim, aos conservadores, grupo no qual se encontrava a nobreza e alguns membros do sacerdócio que lamentavam o debilitado poder da corte. Essas circunstâncias influíram na arte do período Kamakura, que se caracterizava por sua mistura de realismo, tendência à vulgaridade e ressurgimento do clássico.

O Kegon Engi Emaki — história ilustrada da fundação da seita Kegon — é um excelente exemplo da tendência da pintura kamakura para o popular.

Arte Muromachi

Durante o período Muromachi (1338-1573), chamado também período Ashikaga, por ser este o nome do clã militar governante, operou-se uma profunda mudança na cultura japonesa. O clã se fez encarregado do shogunato e voltou a instalar a sede do governo na capital, no distrito de Muromachi de Kioto, o que significou o fim das tendências populares do período Kamakura e a adoção de formas culturais de expressão mais aritocráticas e elitistas.

O budismo Zen, através da seita Ch’an, que, segundo a tradição, foi fundada na China no século VI, pela segunda vez se instalou no Japão, onde se arraigou. Incrementou-se a importação de pinturas e objetos de arte chineses. Estas novas correntes artísticas exerceram uma profunda influência sobre os artistas japoneses que trabalhavam para os templos Zen e para o shogunato, não só no tocante aos temas, como no uso da cor, que passou do brilho do estilo yamato-e aos tons monocromáticos característicos da escola chinesa.

Um exemplo típico da pintura primitiva Muromachi é a obra do sacerdote e pintor Kao (ativo em princípios do século XV) em que o legendário monge Kensu (Xianzi, em chinês) é representado no momento de sentir-se iluminado.

Outra novidade importante da época é a cerimônia do chá. Sua finalidade era passar o tempo com os amigos amantes das artes, liberando a mente das preocupações da vida cotidiana.

Arte Momoyama

No período Momoyama (1573-1603), depois de quase um século de guerra, uma sucessão de chefes militares intentaram levar a paz e a estabilidade política ao Japão. Entre eles, Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu, fundador da dinastia que leva seu nome.

O castelo de Himeji (cuja forma atual foi construída em 1609), conhecido popularmente como castelo da Garça Branca, é uma das construções mais belas do período Momoyama, com seus telhados graciosamente curvados e suas três torres subsidiárias ao redor do tenshu (torre da homenagem). O Ohiroma do Castelo de Nijo (século XVII) em Tokio, constitui um exemplo clássico de shoin, com seu tokonoma (nicho), a janela que se abre sobre um jardim bem cuidado e as zonas claramente diferenciadas para os senhores Tokugawa e seus vassalos.

A escola de pintura mais importante do período Momoyama foi a de Kano e a maior inovação da época, a fórmula ideada por Kano Eitoku para decorar com paisagens monumentais as portas corrediças dos interiores das casas. A melhor mostra de sua obra é, talvez, a decoração do salão principal, que dá para o jardim, do Juko-in, no subtemplo de Daitoku-ji (templo Zen de Kioto).

Arte do período Edo

O shogunato Tokugawa do período Edo foi feito com o indiscutível controle do governo em 1603, comprometendo-se a dar ao país paz e estabilidades econômica e política, o que conseguiu em grande parte. Uma das características dominantes do período Edo foi a política repressiva do shogunato e os esforços dos artistas para escaparem das medidas restritivas, que chegavam a impedir a entrada dos estrangeiros e de suas culturas, a decretar a política isolacionista do Lapós (sakotu-rei) em 1639 e a impor estritos códigos de comportamento.

Dessa época são o palácio Imperial de Katsura, em Kioto, e as pinturas de Sotatsu, pioneiro da escola de Rimpa, que constituem belos exemplos do estilo arquitetônico e pictórico japonês.

A escola artística mais conhecida no Ocidente é a de Ukiyo-e, de pintura e de gravações em madeira, cujos temas são as mulheres de vida alegre, o mundo do teatro kabuki e o bairro dos bordéis.

O principal expoente do estilo Ukiyo-e no século XIX foi Hokusai, que dedicou sua longa vida a pintar e a gravar com brilhantismo paisagens, figuras e todo o tipo de cenas, destacando sua Onda quebrando em Kanagawa, que integra as Trinta e seis vistas do monte Fuji, uma das obras mais conhecidas da arte japonesa.

Arte a partir de 1867

Nos anos que se seguiram a 1867, após a subida ao trono do imperador Meiji Tenô, o Japão voltou a ser invadido por novas formas culturais procedentes do exterior. A primeira reação dos japoneses à situação foi de sincera aceitação e, em 1876, inaugurou-se a Escola de Artes Tecnológicas, com professores italianos que ensinavam as técnicas ocidentais. A segunda reação foi uma rejeição ao ocidental, encabeçada por Okakura Kakuzo e pelo americano Ernest Fenollosa, que estimulavam os artistas japoneses a conservar os temas e as técnicas tradicionais, se bem que criassem obras mais ao gosto contemporâneo.

Desses dois pólos da teoria artística surgiram os estilos yo-ga (pintura ao estilo ocidental) e nihonga (pintura japonesa), que seguem em vigor até hoje. A necessidade de reconstruir o Japão depois da II Guerra Mundial constituiu um forte estímulo para os arquitetos japoneses, e os edifícios modernos competem com os melhores do mundo no tocante à tecnologia (são resistentes a terremotos) e ao conceito formal. O arquiteto mais conhecido da primeira geração do pós-guerra é Kenzo Tange. Figuras posteriores, como Isozaki Arata e Tadao Ando, abordaram uma presença japonesa mais forte e significativa no panorama da arquitetura internacional.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Japão lembra três anos de terremoto seguido de tsunami

AE - Agência Estado
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prometeu aumentar os esforços de reconstrução do país durante cerimônia em homenagem às vítimas do terremoto e tsunami que causaram 19 mil mortes e desaparecimentos, destruíram comunidades costeiras e dispararam uma crise nuclear há três anos.
Durante a cerimônia em Tóquio, funcionários do governo e representantes dos sobreviventes fizeram um minuto de silêncio para marcar o momento, às 14h46 (horário local), em que o tremor de magnitude 9,0 atingiu a costa de Tohoku. Foi o mais forte terremoto da história do Japão.
O país destinou 25 trilhões de ienes (US$ 250 bilhões) para reconstrução até março de 2016. A tragédia matou 15.884 pessoas e deixou 2.636 desaparecidos.
Abe visitou áreas atingidas pelo desastre com regularidade desde que assumiu o cargo no fim de 2012 e relatou ver sinais de progresso. A produção agrícola e pesca foram retomadas em algumas áreas, e algumas pessoas saíram de abrigos para conjuntos habitacionais, afirmou o premiê, prometendo fazer mais. "Precisamos acelerar ainda mais a reconstrução para que todas as pessoas afetadas pelos desastres possam voltar à vida normal o mais breve possível", afirmou. Ele prometeu mover centenas de comunidades da costa nordeste, mais atingida, para terrenos mais altos a fim de protegê-las contra outros possíveis tsunamis e construir milhares de novas unidades habitacionais dentro de um ano nas prefeituras de Iwate e Miyagi.
Três anos após a tragédia, quase 270 mil pessoas seguem deslocadas das suas casas, principalmente na prefeitura de Fukushima. Muitas poderão nunca voltar para onde originalmente moravam devido à contaminação radioativa. Fonte: Associated Press. 

Notícia: Japão atinge recorde com mais de 50 mil pessoas acima dos 100 anos

Segundo números do Ministério da Saúde o total de centenários japoneses chega a 54.397; mulheres são a maioria entre os idosos do país

 o Japão atinge um novo recorde de longevidade de sua população com cerca de 54 mil idosos com mais de 100 anos. Segundo números do Ministério da Saúde, o total de japoneses centenários teve um aumento de mais de 3 mil pessoas que as registradas nesta mesma data em 2012. Dos 54.397 com 100 anos ou mais, 47.600 são mulheres e apenas 6.800 são homens.
 
A estimativa foi elaborada levando em conta o número de pessoas que completariam seu centenário neste domingo, de acordo com os registros de todo o país. A publicação dos dados coincide com a comemoração na segunda-feira (16) do Dia do Respeito aos Anciãos, festa nacional em um país cuja população é a mais longeva do planeta. A expectativa média de vida no Japão, segundo dados de 2012, é de 86,41 anos para as mulheres e 79,94 anos para os homens.
 
O considerável aumento do número de pessoas idosas nas últimas cinco décadas se mostra como um difícil cenário para o sistema de seguridade social da terceira maior economia do mundo, que deverá poder garantir a força de seu sistema de saúde e de previdência diante da queda da idade produtiva. 

fonte: Nikkey Brasil

Surge no Brasil uma associação especializada em moda japonesa

No dia 24 de fevereiro de 2014, um pequeno grupo deu entrada no 3º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo para registrar a Associação Brasileira de J-Fashion. Seria apenas mais uma entidade não fosse o curioso e específico tema chamado “J-Fashion”, ou “Japanese Fashion”, que pode ser traduzido como moda japonesa.
A nova entidade é encabeçada por Cristiane A. Sato, autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa (2007), e que vem há muitos anos palestrando sobre esse tema. Fazem parte da associação, entre outros, os organizadores do “Harajuku Fashion Meeting”, evento que reuniu em São Paulo mais de cem jovens simpatizantes da moda alternativa japonesa de diversas partes do Brasil.
“Há um crescente interesse do Ocidente pelo que se produz no Japão em termos de moda”, explica Cristiane.
Nas últimas 3 décadas estilistas, designers, caçadores de tendências, artistas, a indústria da moda e a mídia internacional vêm acompanhando atentamente tudo que ocorre no Japão porque lá ocorrem inovações estéticas e comportamentais únicas. Isso acontece devido a condições específicas do país. Entre tais condições destacam-se:
1 – Devido sua forte identidade cultural, o Japão é provavelmente o único país rico e industrializado que mantém o uso de suas roupas tradicionais como moda (o que implica em viabilidade comercial e constante inovação), não as relegando a mero traje folclórico como ocorreu nos demais países industrializados.
2 – Embora o Japão aprecie produtos e estilos ocidentais, o mercado e a produção local não se limitam a importar ou copiar o que vem do exterior, e é da mistura de estilos japoneses (Wafuku) com estilos ocidentais (Yofuku) que surgem inovações estéticas e comportamentais.
3 – Caracterizada pela complexidade e rigidez de normas de comportamento na vida cotidiana, a sociedade japonesa curiosamente permite e tolera o uso da moda como válvula de escape social, o que criou no país um ambiente único de alto grau de experimentalismo, criatividade e o maior mercado de moda alternativa do mundo.
Seria essa rigidez da sociedade que, por exemplo, obriga crianças e adolescentes a usarem uniformes até em excursões escolares a origem da revolta que criou a moda alternativa, como a que se vê nas ruas do bairro de Harajuku em Tóquio?
A especialista diz que não. “O primeiro movimento de moda alternativa no Japão aconteceu por volta de 1925, com os chamados ‘moga-mobo’, ou ‘modern girl’ e ‘modern boy’, e o ponto era o bairro luxuoso de Ginza, em Tóquio”. Cristiane comenta que naquela época o quimono ainda era muito utilizado pelos japoneses e esse grupo era considerado moderno por usar roupas ocidentais. “Mesmo usando roupas da Europa, as jovens faziam adaptações nos acessórios e nas combinações porque queriam adequá-las à estética japonesa. Elas consideravam, por exemplo, o leque um acessório obrigatório, ao invés da bolsa”, resume a pesquisadora.
O objetivo da Associação Brasileira de J-Fashion é divulgar a moda japonesa no Brasil, incluindo reunir adeptos e combater o bullying e o preconceito contra os que se vestem de maneira diferente da maioria.
Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.
Palestra da Cristiane lotou a sala da Associação Mie no dia 9 de março de 2014: um tema específico como Moda Japonesa tem muitos seguidores no Brasil.
Apesar disso, a nova entidade não tratará apenas da moda alternativa do oriente. Ela pretende difundir o uso do quimono no Brasil como traje apropriado para festas e cerimônias. A própria Cristiane é adepta dessa moda, usando-a em várias ocasiões. Uma das propostas da entidade é, por exemplo, fazer uma campanha para convencer os proprietários de restaurantes japoneses a concederem um generoso desconto para clientes que vierem trajando quimono completo. Com isso, os restaurantes ganham uma aparência típica e o quimono sairá dos armários para ser usado no dia a dia.
“A Associação quer fazer com que a moda japonesa deixe de ser mero conceito em palcos e passarelas, e passe para as ruas. Moda que não é usada, quando muito, vira peça de museu”, finaliza Cristiane Sato.

fonte http://www.culturajaponesa.com.br/